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O SER HUMANO, ESTE ADMIRÁVEL E INTRIGANTE SER.

O SER HUMANO, ESTE ADMIRÁVEL E INTRIGANTE SER.

O ser humano é por vezes incompreensível, por vezes inaceitável, por vezes bárbaro, por outras deveras violento, insensível, racista, discriminador, por muitas mais, hipócrita, medíocre, aculturado, subdesenvolvido e até, por que não, dissimulado.

Este é o ser que insistimos em chamar de humano.

Este ser que desde muito mata seu semelhante por motivo fútil, e que a própria bíblia já nos mostrou a um par de milênio.

Este ser boçal que vibra com o fracasso alheiro, que ateia fogo nas vestes de seu semelhante, que torce para a desgraça, para a vitória do bandido e não para a supremacia do mocinho.

Este ser bestial que embora negue, mata suas mulheres, as esquarteja e as oculta como fez o imigrante italiano Giuseppe Pistone, que lá no longínquo 1928 assassinou sua esposa, Maria Fea, a esquartejou e ocultou seu cadáver em uma mala, ficando mundialmente conhecido como o crime da mala.

O humano, este ser abominável que consome com seus, como assim o foi com Isabella Nardoni e recentemente com o menino Bernardo.

Há o ser humano, este bárbaro ser que já ceifou a vida de deus pais tal qual o conhecido caso Suzane Von Richthofen, que inebriada pela possível presunção de herança e posse do vil metal foi insensível, voraz, incompreensível, violenta e muito mais.

Há este ser que se diz humano, que se diz civilizado, que se diz.... mas quando é provocado reage, grita, brada, coloca a mostra seus sentimentos mais íntimos e que pouco lembram dos tais ares ditos civilizados.

O ser humano que clama por ordem, que brada por justiça no Planalto, que exige segurança nas ruas, mas.... mas que se mostra bestial quando o assunto é da ordem interna, que tenta corromper os seus, dissuadir e aplicar o que na década de oitenta ficou conhecido como a Lei de Gerson e que apregoava aos quatro cantos o jargão “Leve vantagem você também”.

Nós pertencemos a esta classe de seres que se dizem civilizados e humanos, mas que se abrigam sob a máscara da mediocridade e da hipocrisia.

Não somos preconceituosos!

Não existe racismo no Brasil!

Chega. Chega de falsidade, de enganação, pois isto já está beirando a perversão e a barbárie, moramos em um país racista sim, convivemos com a discriminação, mas não aceitamos a verdade nua e crua daquilo que nos cerca.

Não somos racistas, mas não queremos que nossas filhas e filhos se casem com pessoas de outra cor de pele. E o que é isso se não racismo.

Não somos preconceituosos e nem racistas, mas ateamos fogo nos imóveis daqueles que pensam diferentemente de nós.

Não somos racistas, mas aqueles que não se parecem conosco são renegados e seus destinos só não é a masmorra ou o tronco pelo fato destes não mais serem tolerados, ao menos a vista da maioria.

Vivemos uma época em que os povos estão em constante aflição, as guerras são veladas, mas existem todos os dias, aqui, ali e acolá.

Os daqui vão para lá e os de lá vem para cá, os governantes incentivam, os castos e puros defendem, os que se interessam apoiam, mas na realidade criamos os escravos do século XXI.

Não temos mais correntes, pelourinho ou tronco, mas por interesses obscuros incentivamos a vinda destes sonhadores e aqui o que damos a eles senão o direito de continuarem apenas a sonhar.

E eles, os que aqui aportam são empurrados para os piores trabalhos, para desempenhar as piores tarefas, nos piores horários, com o pior salário e a certeza de que pouco ou nada irão reclamar. Claro, pela hipossuficiência vivida nas 24 horas do dia eles nada irão reclamar, e ainda irão produzir por dois ou três dos nativos.

Desde a Roma antiga ouvimos falar sobre a sexualidade, sobre o que a sociedade acha que se deve ou oque não se deve, o que se pode e o que não se pode, e afirmamos ser evoluídos, liberais e que cada um tem o direito de fazer aquilo que bem entente, é claro, desde que não seja a minha vista ou aos meus ouvidos.

Não somos preconceituosos, somos todos puros, puros e ingênuos, mas isso até o momento que afirmamos, “ainda bem que na minha família não tem”!

Mas e você, quando inquirido por alguém se seu filho ou sua filha vier a ter um relacionamento homo afetivo ou com pessoa de outra etnia, qual será a sua reação?

A que você sempre apregoou ou a que habita as entranhas de seu interior?

Não sou racista, mas não quero dividir nada com alguém que não seja do meu clã, não tenho preconceito quanto a opção sexual de ninguém, mas não aceito sequer sentar ao lado de alguém que não afine com o meu pensamento.

E nem vamos nos atrever de falar aqui daqueles que não se enquadram no padrão estético exigido, dos que sofrem de algum mal físico e ai por diante.

Chega de hipocrisia, chega de falso moralismo, chega do politicamente correto, tenhamos ao menos a modéstia de admitir que somos racistas, preconceituosos, maldosos e malvados, hipócritas e sádicos .... - pois quem sabe assim possamos zerar a conta e dar um passo definitivo na busca de um mundo melhor, mais justo e fraterno.

Reconhecer as fraquezas e aceitar a verdade entranhada em nosso eu, faz parte do crescimento interior de cada, um ai sim poderemos iniciar uma mudança, mesmo que ela demore séculos para se concretizar.

LUIZ HENRIQUE DA ROCHA

CAXIAS DO SUL 13/09/2014

23:47 HORAS


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