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PARA THIAGO E PRISCILA

PARA THIAGO E PRISCILA

Thiago, hoje é o dia de teu casamento, o casamento daquele que no linguajar quase esquecido para os originários lá das bandas de Tainhas, até pelo fato de que Tainhas ainda irá figurar apenas na lembrança dos mais antigos, posto que, tal qual Atlântida, irá de desaparecer dos mapas, - se dizia tratar de um piá.

Pois é, lá por meados de junho de 1984, quando tu, o Piá! – completava teu primeiro ano de vida, ouvi de viva voz, proferida por teu avô, meu irmão de sangue, que por alguns era conhecido apenas como “Rocha”, por vários chamado de “Alaor” e para os mais íntimos tratado simplesmente como “Irani” ... e ele dizia, “esse Guri, esse Piá vai levar longe o nome dos Rocha/Moysés”.

Em julho de 1995, já quase ao final de sua breve jornada entre nós, o teu avô, o Irani, em um texto intitulado “O CATA-VENTO VOADOR” singelamente disse de passagens de sua meninice e que “[...] dos dias, o mais das vezes, tranquilos da infância. Das noites longas e frequentemente frias de São Francisco de Paula, lá para os lados de Tainhas, mais precisamente na Costa, no caminho dos tropeiros para Três Forquilhas, demandando rapaduras, melados açucares, laranja e bananas [...] ouvi dizer e me contaram, de cemitérios, coisas d’outro mundo, inventos e descobertas das quais fulano ou beltrano ouvira falar, tendo passado por uma vila, povoado ou cidade.

Tudo isso tinha o seu encanto.

Fora o baile bissexto era tudo o que tínhamos de diversão.

É desse tempo, a história que se contava, tenho por personagem um parente querido, do aparecimento do gramofone por aquelas paragens. Dizem que, um mascate chegou um certo dia com a engenhoca e tendo reunido razoável público fazia rodar canções ao preço módico de um níquel.

Entre os circunstantes, uns mais curiosos, queriam entender o fenômeno. Ouviram do caixeiro-viajante que, no interior da geringonça, estava um homem e que era dele a voz que ouviam e mais, se pagassem poderiam vê-lo sair ao cair da noite. [...]”

Pois é Alaor, o Piá, o Guri, vai se casar e mais um ramo está, tal qual como um leque, um daqueles que bisextamente eram usados pelas mais garbosas senhoras, nos bailes lá para a as bandas de Tainhas, - a se abrir, unindo mais uma Família na construção desta trajetória.

Ausentaste-te precocemente Alaor, e não conseguiste ver o Piá, o Guri, desfiando um infindável rosário de maravilhas nas tribunas acadêmicas da PUC, sua colação de grau e nem sua elegante presença nos Tribunais da Capital, bem longe da Costa e do caminho para Três Forquilhas.

Do Ambrósio, o fusca de cor bege com o qual o Alaor rasgou o Rio Grande do Sul em tempos de estradas de chão, enlameadas, dos tempos em que a comunicação era por meio de uma carta, enviada por correio, que por ironia do destino, tem seu Centro de Distribuição em Caxias do Sul exatamente na Rua Alaor Irani Rocha, do gramofone, dos causos a beira de um fogão a lenha, de teus escritos no Jornal Pioneiro, na Folha de Hoje, da tua voz Resumo Geral da Rádio São Francisco de Caxias do Sul, do Cata-vento Voador publicado no Correio dos Bairros, passando pelo vácuo que nos restou após tua sutil retirada de nosso meio, hoje estaremos testemunhando a continuidade da história de amor que iniciaste com a Eromi lá em 25 de julho de 1962, que teve seguimento com tua filha Carla e que hoje encontra a continuidade, tal qual como disse Elton John na canção tema do filme O Rei Leão, O Circulo da Vida.

Thiago e Priscilla hoje darão continuidade ao ramo familiar dos Rocha/Moysés e que a partir de agora agrega o ramo dos Zacca.

Parabéns, felicidades, vida longa aos noivos e como já disse Elton John continuem o ciclo sem fim, que os guiará na dor e emoção, pela fé e o amor até encontrar o vosso caminho neste ciclo, neste ciclo sem fim...

Luiz Henrique da Rocha

18/05/2013


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