"Bons tempos aqueles, em que o menino orelhudinho era inocente, a família era composta por cinco irmãos homens e duas irmãs mulheres, a Matriarca Dona Geny e o Seu Alzemiro, bons tempos aqueles em que éramos nove, em que mandávamos uma carta para São Francisco de Paula e ela demorava três dias para chegar, bons tempos aqueles em que o Primo Mário Vinha nos visitar, estreando um charmoso Jeep com capota de lona, pneus lameiros e tração nas quatro rodas, bons tempos aqueles, em que éramos nove...

 

Há já ia me esquecendo, as horas eram pontualmente marcadas pelo compasso do relógio da Abramo Éberle, e ainda escutávamos o garboso apito da Gethal, que ficava “lá” no meio do mato, perto do De Antoni, que fazia uns carroções para serem usados na colônia, e a noite, sempre às 22 horas ouvia-se o nostálgico e solitário apito do último trem que chagava à Caxias, bons tempos aqueles..."

 

Coluna Opinião – Jornal Pioneiro 09/11/2002 – Luiz Henrique da Rocha