BARACK OBAMA

BARACK OBAMA, A POSSE.

Me parece demasiado simplório as opiniões demonstradas pela sociedade brasileira ao longo das últimas duas semanas. Depositar todas as esperanças de mudança dos rumos da humanidade na posse do recém eleito Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama é um tanto quanto arriscado.

Em pleno século XXI não existe mais espaço para salvadores da pátria, para “novos” caçadores com uma só bala na agulha o que existe é planejamento, comprometimento, visão de futuro. O que podemos esperar é empenho é luta, mas nunca passar do inferno ao céu em um estalar de dedos, sem sofrimento nem perdas.

Obama, por melhor intencionado que possa estar é apenas mais um em um universo de integrantes do governo dos EUA, é apenas um e um não muda nada.

Não esperem que em fevereiro as tropas americanas espalhadas pelo mundo retornem ao seu território, não esperem que em fevereiro os embargos a Cuba sejam removidos, que o Iraque volte a ter respeitada a sua cultura e novamente seja governado por iraquianos natos, que as restrições de passaporte sejam mudadas somente pela posse de um novo governante.

Estas mudanças devem e vão ocorrer, mas não de uma hora para outra. Elas ocorrerão por exigência normal da humanidade que não aceita mais a ingerência alheia em seus domínios. As mudanças que ocorrerão serão fruto de décadas de sedimentação do pensamento humano e talvez da boa vontade de vários governantes.

Não da posse de um só. Mesmo que alguns menos avisados ou mal informados imaginem que ele seja o novo “todo poderoso do universo”.

Luiz Henrique da Rocha - 18 de janeiro de 2009.