AS VEZES CHEGO A PENSAR NÃO SER NORMAL
- lhrocha
- 19 de dez. de 2004
- 2 min de leitura
Às vezes chego a pensar não se normal!
Sim não ser normal, igual aos outros, a maioria... se bem que a normalidade nunca deve estar atrelada a um número, ou a um percentual, mas isto já faz parte de outra analogia e voltando ao objeto principal de meu pensamento quero dizer que chego a imaginar por vezes não ser “normal”.
Dia desses, dei-me o desfrute, ou o prazer, de em um final de tarde dirigir-me a um shopping, e sem tirar os olhos do chão, entrar, e procurar o lugar mais movimentado, e ainda com os olhos voltados para baixo, sentar.... e continuar a olhar... para baixo.
A discrepância dos padrões atuais consiste em o olhar de baixo para cima, contrariando as pesquisas que creditam aos brasileiros olharem para as pessoas do sexo oposto a partir do seu “meio” principalmente quando vistos pelo lado oposto ao frontal.
Pois é, por vezes imagino estar fora do contexto temporal que “nos une”, estar na contramão da santa gringuisse, a de olhar primeiro para o carro, depois para a roupa, ainda depois para os cabelos, a roupa o cargo o salário.... pois é...
Dei-me o trabalho de assumir, talvez um fetiche, quem sabe na ótica de alguns até uma tara, pois tara seria algo anormal, algo que não está presente nas atitudes da maioria, mas lá estava eu a olhar tudo, tudo de baixo para cima, se bem que em alguns casos o simples “subir dos olhos” trazia consigo a decepção, pois no contexto geral o objeto do olhar transcendia a uma simples análise ótica.
Em outros casos a decepção era instantânea, fazendo com que rapidamente o olhar fosse desviado para outro quadrante, a procura de um “lindo pezinho” que bem cuidado, com as unhas clarinhas, algumas à francesinha, outras somente com uma base, mais outras sem base alguma, somente lixadas e esculturalmente “feitas” exaltando a beleza ímpar de um pé feminino, um pé, sim um pé.
Exatamente esta parte do corpo que a esmagadora maioria nem lembra ter, que esquece por completo de tratá-lo da maneira com que ele merece, em alguns casos, já deformado por calcados baratos e de qualidade mínima, outras vezes, pés lindos e mal tratados pés que nunca sentiram a abrasão de uma lixa, um “ml” de base, que nunca sentiram o contato de um alicate de cutículas...
O pé, sim o pé, esta linda parte do corpo feminino, por onde desde criança iniciava o olhar quando se tratava de uma menina. O pé este ilustre esquecido, aquele que traz a sutileza e a delicadeza da mulher, que traz desde a mais tenra idade os desejos os sonhos e os devaneios deste, que precisou mais de quatro décadas para crer não ser anormal observar e admirar algo que a imensa maioria nem sabe se existe, o pé e que hoje quando inicia o verão ele, o pé estará exposto em lindas sandálias, em tamanquinhos da moda em simples chinelinhos ou quem sabe até descalços, e que infelizmente quando o outono chegar... serão simplesmente escondidos, dando asas a imaginação e a fantasia para que fiquem sempre expostos na minha retina.
Luiz Henrique da Rocha
19/12/2004.
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