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CONCEITOS

  • lhrocha
  • 26 de fev. de 2004
  • 4 min de leitura

CONCEITOS

Anos 50... 60... 70... 80... 90... em fim, mudamos de década, de século, de milênio, e o mais preocupante... a verdadeira mutação pela qual nossos conceitos passaram no decorrer de todas estas décadas.

Até algum tempo atrás éramos crianças de 15... 16 anos, iniciávamos nossas atividades profissionais aos 14 anos, ou até antes disso, sonhávamos em conhecer a "Capital do Estado", nos sentíamos prontos para a vida como um todo, aos 25 anos, nossos profissionais eram formados aos 28... 30 anos...

Tínhamos conceitos de vida delineados pela dureza dos tempos, pela vontade de vencer, de alcançar o ápice mediante nosso esforço pessoal, de ter em nosso currículo amostras de nossas merecidas vitórias, de receber em nosso dia a dia o merecimento pelo esforço dedicado ao longo dos anos.

Mas os anos passaram, as décadas se sucedem uma após a outra com a velocidade da cibernética, é como se estivéssemos partido de um ponto de inércia e atingido a velocidade da luz em segundos, e isso provocou uma verdadeira metamorfose em nossas vidas, e nos conceitos que apesar de não estarem escritos em ponto algum, regem a nossa sociedade.

A não muito tempo atrás, o fato de algum jovem fumar um ou outro cigarro de "tabaco" era considerado por seus pais e parentes mais próximos como uma verdadeira afronta à moral e aos bons costumes, hoje... não muito tempo após isso nos deparamos com estes mesmos, que já foram os jovens de outra época, dirigindo-se aos seus próprios descendentes, tratando-os como homens e mulheres maduros aos 15... 16 anos, e ao mesmo tempo, em um conflito interior, tendo-os protegidos como se verdadeiras crianças fossem, até os 18... 20 anos, época em que alguns praticamente já alcançam habilitação profissional em áreas importantíssimas de nossas vidas, e em muitos casos, o que é pior, alongando extra ordinariamente os limites não muito distantes, com declarações estarrecedoras, colocando seus pontos de vista, expondo suas fragilidades e fazendo com que os conceitos que regem uma sociedade, praticamente possam variar do norte ao sul em um piscar de olhos... chegamos ao absurdo de ouvir de um pseudo pai, que os seus filhos estão tranqüilos, vivendo normalmente como qualquer jovem de sua idade, é claro que com alguns probleminhas, mas que não vão além de um ou outro "pega" em um cigarro de maconha.

Seguindo este parâmetro, em um futuro não muito longínquo estaremos admitindo abertamente a promiscuidade, o consumo aberto e liberado de toda e qualquer substância química, estaremos admitindo que pessoas com mais de 40 anos não terão mais o mínimo valor para a humanidade, estaremos discriminando cada vez mais as minorias, estaremos criando um conceito nivelado pela hipocrisia, pela falta de estrutura familiar, pela falta de conceitos sólidos, pela falta de visão de um futuro verdadeiro, que inicia no presente, que depende de cada um de nós.

Creio que é hora, não de revermos nossos conceitos, ao menos da forma com que a mídia nos impõe, mas de uma forma racional, realista e não fantasiosa, séria e não tendenciosa, embasada na inteligência e não na teimosia, reforçada no sonho de crescimento, não no quanto pior melhor.

Rever conceitos, não é puramente aceitar instrumentos químicos, bebida alcoólica, promiscuidade, valores pífios, o prazer de infringir o estabelecido e aí por diante, como um conceito de nossa "juventude" de nosso "tempo" de nosso presente.

Rever conceitos é aceitar o progresso não só material, mas como intelectual do homem como um todo, é aprimorar o interior, é ter ao nosso alcance meios para que possamos verdadeiramente ter um futuro promissor, onde respeitaremos e seremos respeitados, onde o progresso estrondoso sairá das telas de nossos computadores e atingirá o interior de cada um de nos, fazendo com que possamos melhorar nosso meio de trabalho, nossas famílias, recuperar nossos amigos, ter de volta a "palavra de honra" a satisfação de dar um "bom dia", a consciência de ceder o lugar a um idoso, não por pena, mas por respeito, aceitar o choro de uma criança, não apenas para acalmá-la, mas por compreender o motivo por qual chora.

Rever conceitos não é combater as raças, mas aceita-las como participantes de nosso sistema, não como imposição, mas como irmãos, rever conceitos não é aceitar a guerra para atingir a paz, não é ofender aos nossos subalternos no sonho de que isso venha a se traduzir em respeito, rever conceitos não é tornar o uso de substâncias químicas algo normal, aceitar por aceitar o que a mídia tenta nos incutir diariamente, rever conceitos, não é simplesmente acompanhar a maioria por acompanhar, fazendo com que a sua vontade seja submetida aos caprichos destes, que por conseqüência podem estar agindo da mesma forma, criando um conceito virtual, maleável, tendencioso... perigoso.

Reveja seus conceitos, sem pré conceitos, sem influências mirabolantes, ao menos tente revê-los antes que seja tarde demais para que possamos usar a palavra conceito com o significado que conhecemos a 10...20...30...40... anos atrás, tente... ao menos tente...

Luiz Henrique da Rocha

26/02/2004


 
 
 

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